O uso da eletricidade requer uma
rede complexa de ligações que começa no poste da concessionária e
termina em soquetes e tomadas. Para que tudo isso funcione direito, é
necessário um projeto elétrico, elaborado por profissional
especializado. Desenvolvido a partir do projeto de arquitetura, ele
define os pontos de luz e eletricidade da edificação, de acordo com as
necessidades de cada ambiente e considerando os aparelhos
eletroeletrônicos a ser instalados, determinando o porte da instalação,
estabelecendo circuitos e especificando os materiais a ser utilizados.
As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do custo total da construção. Assim, é importante que esse dinheiro seja bem empregado. Os principais elementos utilizados são:
As instalações elétricas consomem entre 12 a 17% do custo total da construção. Assim, é importante que esse dinheiro seja bem empregado. Os principais elementos utilizados são:
poste de recepção -
indispensável para a entrada de energia na casa, ele deve atender às
especificações da concessionária. Pode ser produzido em ferro ou
concreto. Os de ferro têm formato circular e são indicados para uma
potência máxima de 12kW. Já os de concreto não possuem limite de
potência e podem ser encontrados prontos ou concretados na própria obra.
Nesse caso, seu projeto deve ser aprovado pela concessionária. Para não
haver riscos de energização, o poste deve receber um isolante de
porcelana (braquete), instalado no topo e ligado ao cabo que traz a
energia do poste público. A ele também estão ligados os cabos que levam a
energia do poste até a caixa de medição.
caixa de medição -
colocada do lado de fora da casa, ela é dividida em duas partes. De um
lado fica o medidor de consumo instalado pela concessionária e,
paralelamente, o dispositivo de proteção - disjuntor ou chave seccionada
acoplada a fusíveis. Em caso de sobrecarga ou curto-circuito, o
dispositivo interrompe a corrente elétrica. Para regiões litorâneas e
úmidas a caixa deve ser produzida em fibra de vidro. Para as demais, os
modelos metálicos não apresentam inconvenientes.
quadro geral -
os de metal ou fibra de vidro são melhores, devendo ser descartados
aqueles produzidos em materiais combustíveis, como, por exemplo,
madeira. Nesse quadro, os circuitos que compõem a instalação devem estar
agrupados separadamente, conforme indica a Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT): um para iluminação, outro para tomadas em geral,
mais um outro para tomadas de cozinha, além de um circuito exclusivo
para cada aparelho com potência superior a 1.000W, como microondas,
lava-louças e chuveiros, devido a alta carga que possuem. Essa
distribuição é mais segura e tem um caráter prático: se alguma tomada
sofrer pane, a iluminação do ambiente não será comprometida, facilitando
o conserto.
fusíveis e disjuntores -
são essenciais para proteger a instalação contra sobrecargas ou
curto-circuitos. Os antigos e tradicionais fusíveis contêm um condutor
metálico que se rompe (queima) quando a intensidade da corrente é
superior à sua capacidade, de acordo com a instalação. Depois de
queimado ele pode ser substituído, mas, no caso de voltar a queimar, é
conveniente buscar um eletricista para descobrir a causa dessas
contínuas interrupções de corrente. São fabricados em papelão resistente
(tipo cartucho), cerâmica e resina, não havendo grandes diferenças
quanto ao funcionamento. Os disjuntores atuam da mesma forma, mas têm a
vantagem de não requerer substituição: eles desligam a corrente quando
percebem alterações e podem ser rearmados em seguida. São considerados
mais práticos e eficazes do que os fusíveis.
Diferencial Residual -
trata-se de um dispositivo de segurança de uso recomendado pela ABNT e
conhecido pela sigla DR. Trata-se de um disjuntor supersensível às
menores fugas de corrente, ocasionadas, por exemplo, por fios
descascados ou por uma criança que introduza o dedo ou qualquer objeto
numa tomada. De atuação imediata, ele interrompe a corrente assim que
verifica anomalias. É possível instalar um único DR na caixa de medição
ou um para cada circuito, nesse caso, colocados no quadro geral.
eletrodutos -
conduítes por onde correm os fios e cabos que formam a instalação.
Podem ser encontrados em ferro, aço esmaltado ou galvanizado, ou ainda
em PVC, o mais prático. Quando necessária, a conexão desses tubos é
feita com peças apropriadas a cada uso: curvas para cantos de parede,
luvas para linhas retas e buchas e arruelas no encontro com caixas de
tomadas e interruptores.
fios e cabos -
são condutores de energia que se diferenciam apenas quanto à forma e
aplicação. O fio é formado por um único condutor, não flexível e
utilizado em instalações retilíneas ou quando existirem somente curvas
suaves. O cabo é constituído por um conjunto de fios, isolados ou não
entre si, próprios para instalações com curvas acentuadas e para
aparelhos elétricos em geral, devido à sua grande flexibilidade.
Tecnicamente eles são iguais, pois com a mesma bitola - área condutora -
têm idêntica capacidade de condução de energia. De acordo com as normas
da ABNT, seu revestimento, geralmente em PVC, deve ser isolante e
antichama, o que é identificado pela sigla BWF impressa em toda a sua
extensão. O condutor deve ser em cobre ou alumínio, sempre da mais alta
pureza, facilitando a passagem de energia e evitando perdas. A corrente a
ser transportada é que determina a bitola necessária. Ela varia de 16 e
50mm² no percurso entre os quadros de entrada e distribuição e cai para
áreas condutoras de 2,5 a 6,0mm², quando destinada a atender
equipamentos de 110 ou 220V.
conectores -
para unir fios e cabos existem três opções: a tradicional fita
isolante, que deve ser de alta qualidade; os pequenos conectores em
plástico por fora e metal internamente que seguram os fios por meio de
pressão; ou ainda os conectores maiores, em formato de cubo ou barra,
produzidos em plásticos ABS, cerâmica ou polietileno, que seguram os
fios através de pequenos parafusos.
tomadas, interruptores e outros pontos -
a partir do quadro de distribuição, os fios ou cabos são conduzidos a
diversos pontos da casa, chegando até soquetes, interruptores ou
tomadas. Quanto aos soquetes para lâmpadas incandescentes, existem dois
tipos: os de porcelana e os de baquelita, mais indicados para uso em
abajures. Já as fluorescentes exigem soquetes especiais (de aperto ou
carrapicho). As caixas de tomadas e interruptores (em geral com medidas
de 4" x 2" ou 4" x 4") são produzidas em metal ou em PVC e podem ser
encontradas também no formato octogonal. Quanto às tomadas, existem dois
tipos: bipolar (dois pólos, como a de um secador ou a da TV) e a
tripolar (dois pólos mais o terra, como a do computador), ambas com
entrada para plugues redondos ou chatos. Embora poucos produtos
nacionais tenham plugues tripolares, esse é o tipo de tomada mais seguro
e de uso recomendado pela ABNT. Vale lembrar que para intensidades de
corrente superior a 15 ampères devem ser instaladas tomadas específicas.
Os interruptores podem ter ligação simples, paralela, (acionamento em
dois pontos diferentes) e intermediária (liga e desliga em três pontos
distintos). A escolha depende das conveniências.
transformadores e reatores -
entre as lâmpadas de uso residencial disponível no mercado, duas exigem
peças especiais para seu funcionamento: as fluorescentes precisam de
reatores - dispositivos de partida - subdivididos em convencional e os
de partida rápida (simultânea ao toque no interruptor). Para as
dicróicas, que funcionam em 12V, é imprescindível um transformador para
110 ou 220V, normalmente vendido em conjunto com as próprias lâmpadas.
lâmpadas -
São vários os tipos e modelos para uso residencial, e a escolha vai
depender apenas dos gostos de cada um e da linha adotada pelo projeto
(ver dica específica a esse respeito).
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